sexta-feira, 4 de maio de 2012

Passo 3: Documentação

Essa é uma das partes mais complicadas para nós que estamos acostumados a um sistema totalmente diferente.
Basicamente, para poder viver aqui nos Estados Unidos, você precisa de 3 coisas (além do visto para entrar, claro!): Social Security (equivalente ao CPF), Driver License (carteira de motorista, que serve como seu principal documento de identificação)  e uma conta bancária. 

Por partes:
1. Social Security (SS#): como eu mencionei, ele é o equivalente ao nosso CPF, ou seja, ele serve como um registro para o seguro social para aposentadoria e outros benefícios do governo, e também para taxação de impostos. Portanto, caso você esteja nos Estados Unidos a trabalho, você vai precisar desse documento. Para aplicar para ter um SS#, você deve ter um visto válido de residência nos Estados Unidos, preencher um formulário e levar todos os documentos necessários para um escritório do Serviço Social. Com todas as pessoas que eu conversei, inclusive americanos, todos me disseram que eu iria pegar uma fila imensa, que ia perder o dia inteiro no Serviço Social. Acho que tive sorte, porque comigo não foi tão traumático (talvez pelo fato de já ter ficado 4h no Poupatempo da Sé). DICA: tive que ir duas vezes ao escritório pois o Serviço Social não aceita que uma pessoa aplique para um SS# caso tenha entrado no país a menos de 10 dias! O documento final chega pelo correio.

2. Driver License: o processo para tirar a carteira de motorista é relativamente simples. Mais uma vez você precisa ter um visto válido de residência nos Estados Unidos, preencher um formulário e ir até o escritório do DMV (equivalente ao Detran) mais próximo da sua casa. DICA: cada estado tem seu DMV independente. Aqui na Califórnia, você pode agendar a sua ida ao DMV pelo site. Isso vai lhe poupar um bom chá de cadeira (aproximadamente 2h!). 
Chegando lá, o atendente vai analisar seus documentos e, após aprovação (há uma taxa a ser paga e aqui não aceitam cartões de débito/crédito), você passa por um exame de vista (ali no próprio balcão mesmo), tira uma foto (DICA: você não pode ver se ficou boa e pedir para tirar outra, então assegure-se de fazer uma cara não tão horrível - o que não foi meu caso :/) e já pode, caso queira, fazer o exame teórico. O exame teórico não é difícil, mas tem umas pegadinhas, especialmente porque estamos acostumados com a legislação Brasileira. Você pode ler o livrinho na espera (lendo esse post, parece um processo rápido, mas não é) e fazer a prova. São 36 testes e você não pode errar mais de 6! Não há limite de tempo. (DICA: não caia na besteira de pedir para fazer a prova em Português. Não há livrinho em Português e a prova é escrita em Português de Portugal - por exemplo, pedestre vira peão). Passando na prova teórica, você já pode agendar, no balcão mesmo, seu teste prático. Caso não passe na prova teórica, você pode repetir mais duas vezes sem pagar taxa alguma. Nessa hora, você já recebe uma permissão para dirigir, mesmo sem fazer o teste prático!
Para você fazer o teste prático, é necessário um carro com registro e seguro (caso não tenha comprado seu carro - veja como no post anterior), você pode fazer o teste em um carro alugado desde que você esteja listado como um dos motoristas registrados para conduzir o veículo. O carro deve estar em perfeito estado, com todas as lâmpadas funcionando, portas e janelas abrindo normalmente etc. A primeira parte do teste é saber se você sabe como o carro funciona. Então, o examinador pergunta se você sabe onde liga a seta, o limpador de para-brisa, o desembaçador traseiro, e por aí vai. Então, ele entra no seu carro e pede para você fazer um percurso determinado, retornando ao DMv no final do teste. (DICA: quando tiver uma placa de pare STOP na esquina, pare COMPLETAMENTE o carro, conte mentalmente até dois após olhar para os dois lados, e só então prossiga. Esse é o ponto que mais reprova os Brasileiros no teste práticos). Retornando ao DMV, você já fica sabendo se passou ou não (e a razão caso não tenha passado). A carta de motorista segue para o seu endereço pelo correio! ;)

3. Conta bancária: Esse é o mais fácil e o menos complicado. O primeiro passo é escolher o banco. Caso você tenha que mandar para ou receber dinheiro do Brasil, é aconselhável abrir uma conta em um banco que tenha filial aí (como o Citibank ou o HSBC). Você vai precisar levar o seu documento de identificação (passaporte ou carteira de motorista, caso já tenha tirado), um comprovante de residência e um depósito inicial, que varia dependendo do banco. Vale a pena lembrar que, quanto antes você abre uma conta bancária e a mantém em dia, sem deixar o saldo negativo, melhor vai ser para você construir sua história de crédito aqui que é muito importante caso você queira aplicar para um cartão de crédito ou até comprar qualquer coisa à prazo). Na hora depois de assinar alguns papéis, claro!) você já recebe um cartão provisório e pode começar a movimentar a conta. O cartão definitivo e os talões de cheque chegam pelo correio! Simples assim! ;)

Ufa! O post ficou maior do que eu pensava... Talvez pudesse dividi-lo em 2 ou 3, mas achei melhor colocar toda essa parte de documentação junta para facilitar o processo de busca. Vou tentar fazer os próximos posts com umas dicas de San Diego para o blog não ficar tão chato! :)

Abreijos,
Marcio.

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